sábado, 23 de maio de 2009

Olê.Olê,Olê,Olâ

Não chore ainda não, que eu tenho um violão,
E nós vamos cantar.
Felicidade aqui pode passar e ouvir,
E se ela for de samba há de querer ficar.
Seu padre toca o sino que é pra todo mundo saber,
Que a noite é criança, que o samba é menino
Que a dor é tão velha que pode morrer:
Olê, olê, olê, olá.
Tem samba de sobra, quem sabe sambar,
Que entre na roda, que mostre o gingado.
Mas muito cuidado, não vale chorar.

Não chore ainda não, que eu tenho uma razão
Pra você não chorar.
Amiga, me perdoa, se eu insisto à toa,
Mas a vida é boa para quem cantar.
Meu pinho, toca forte que é pra todo mundo acordar.
Não fale da vida, nem fale da morte.
Tem dó da menina, não deixa chorar:
Olê, olê, olê, olá.
Tem samba de sobra, quem sabe sambar,
Que entre na roda, que mostre o gingado.
Mas muito cuidado, não vale chorar.

Não chore ainda não, que eu tenho a impressão
Que o samba vem aí.
É um samba tão imenso que eu às vezes penso
Que o próprio tempo vai parar pra ouvir.
Luar, espere um pouco, que é pra o meu samba poder chegar.
Eu sei que o violão está fraco, está rouco.
Mas a minha voz não cansou de chamar:
Olê, olê, olê, olá.
Tem samba de sobra, ninguém quer sambar.
Não há mais quem cante, nem há mais lugar.
O sol chegou antes do samba chegar.
Quem passa nem liga, já vai trabalhar.
E você, minha amiga, já pode chorar.......

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Vou voltar!
Sei que ainda vou voltar.
Para o meu lugar
Foi lá e é ainda lá,
Que eu hei de ouvir
Cantar uma Sabiá...
Vou voltar!
Sei que ainda vou voltar.
Vou-me deitar à sombra
De uma palmeira que já não há.
Colher a flor que já não dá.
E algum amor, talvez possa espantar.
As noites que eu não queria
E anunciar o dia...
Vou voltar!
Sei que ainda vou voltar.
Não vai ser em vão...
É que fiz tantos planos
De me enganar.
Como fiz enganos
De me encontrar...
Como fiz estradas...
De me perder.
Fiz de tudo e nada
De te esquecer...

Pra dizer adeus

Adeus, vou pra não voltar...
E onde quer que eu vá, sei que vou sozinho.
Tão sozinho, amor, nem é bom pensar,
Que eu não volto mais pelo meu caminho.
Ah, pena eu nao saber...
Como te contar, que o amor foi tanto,
E no entanto eu queria dizer: vem!
Eu só sei dizer: vem!
Nem que seja só pra dizer adeus.

Insensatez

Ah, insensatez que você fez,
Coração mais sem cuidado.
Fez chorar de dor o seu amor,
Um amor tão delicado.

Ah, por que você foi fraco assim,
Assim tão desalmado.
Ah, meu coração, quem nunca amou,
Não merece ser amado.

Vai, meu coração, ouve a razão,
Usa só sinceridade.
Quem semeia vento, diz a razão,
Colhe sempre tempestade.

Vai, meu coração, pede perdão,
Perdão apaixonado.
Vai, porque quem não pede perdão,
Não é nunca perdoado.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

modinha

Não...
Não pode mais o meu coração,
Viver assim dilacerado.
Escravizado a uma ilusão,
Que é só desilusão.
Ah, não seja a vida sempre assim,
Como um luar desesperado.
A derramar melancolia em mim,
Poesia em mim.
Vai, triste canção, sai do meu peito ,
E semeia a emoção,
Que chora dentro do meu coração.

Retrato em branco e preto

Já conheço os passos dessa estrada,
Sei que não vai dar em nada
Seus segredos sei de cor.
Já conheço as pedras do caminho
E sei também que ali sozinho
Eu vou ficar tanto pior
O que é que eu posso contra o encanto
Desse amor que eu nego tanto
Evito tanto , que no entanto volta sempre a enfeitiçar?!
Com seus mesmos tristes, velhos fatos
Que num álbum de retratos Eu teimo em colecionar.
Lá vou eu de novo, como um tolo
Procurar o desconsolo que cansei de conhecer.
Novos dias tristes, noites claras, Versos, cartas, minha cara
Ainda volto a lhe escrever Pra lhe dizer que isso é pecado.
Eu trago o peito tão marcado de lembranças do passado
E você sabe a razão.
Vou colecionar mais um soneto
Outro retrato em branco e preto
A maltratar meu coração